06/07/13

Sobre a confiança

É irónico que tenhamos uma sociedade baseada num modelo de "formigueiro" - em que todos temos de trabalhar e cooperar para um bem comum - mas simultaneamente se promova a desconfiança generalizada. Quem manda desconfia de quem obedece. Quem obedece desconfia de quem manda. Quem coopera é levado a desconfiar da cooperação. Instiga-se a avaliação e a denúncia. E limita-se, pouco a pouco, veladamente, a liberdade que nos resta. Quem tem receio da liberdade do outro, desconfia dele. Quem precisa de controlar, receia que a liberdade descontrole aqueles que são livres. Como podemos então construir algo de bom, em conjunto, se não confiamos em ninguém? Como pode este nosso fogrmigueiro funcionar, se somos levados a destruir o que o nosso parceiro constrói, enquanto ele tenta destruir o que nós construímos?
Se há algo que é fundamental incutir nas nossas crianças, é a confiança. Não é o espírito competitivo. Não é a ambição. Não é o sentido crítico exacerbado. É o espírito de grupo. É a confiança.

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