29/08/13

Do espírito competitivo

Oiço frequentemente falar da importância do espírito competitivo, como se ela fosse condição necessária para nos levar a dar o melhor de nós. Mas não será a "garra" ainda mais genuína, se não implicar deixar os outros para trás? Talvez quem não sinta essa "garra", essa vontade de dar o seu melhor, não esteja no lugar certo, a dar aquilo que tem de dar. A verdadeira "garra" é a da paixão por aquilo que se faz. É a da vontade de o fazer. É a da sensação de nele encontrar um sentido. Uma necessidade boa. Uma alegria inerente.
O espírito competitivo não é mais do que um resquício do nosso instinto animal. Da nossa lógica de sobrevivência. Tudo isso nos conduziu até aqui, entre guerras e conflitos, enganos e traições, sede irresistível de poder. Se queremos um mundo diferente, talvez seja tempo de trocar definitivamente o espírito competitivo pelo espírito de entreajuda. A lógica de que temos de ser melhores do que os outros, pela lógica de que todos temos o nosso espaço e as nossas mais-valias, e precisamos definitivamente uns dos outros para construir um mundo melhor.


"A educação que tem prevalecido no passado tem sido insignificante, incompleta, superficial. Só ensina as pessoas ganhar dinheiro para viverem, mas não abre os horizontes sobre a vida em si mesma (...). Não só é incompleta como daninha... Porque está baseada na competição. Qualquer tipo de competição tem uma raiz violenta e cria pessoas que não sabem amar... Naturalmente, têm de lutar e estar em conflito com elas mesmas. Isso destrói as suas alegrias e destrói as suas amizades."

(in "O Livro da Criança", Osho)

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