22/08/13

Do sonho e os seus mistérios

Uma noite destas, por entre sonhos comuns e pesadelos confusos, sonhei com um lugar que, estranhamente, senti conhecer de sempre. Sobre um mar rosado e um céu povoado de grandes astros que desconheço (talvez pedaço de qualquer coisa retirado de um qualquer filme que tenha visto), alguém voava com uma serenidade absolutamente tranquilizadora. Tranquilizadora porque, ao mesmo tempo que me olhava o seu sorriso tranquilo, fazia-me sentir que era eu, afinal, quem voava. Era eu do lado de cá e do lado de lá. O sorriso era um namoro de mim para comigo mesma, num outro espaço, num outro tempo, apenas num qualquer sonho, não sei. Mas o que impressionou, sobretudo, foi que tudo ali era impressionantemente nítido. Não sei se falar em nitidez fará sentido, sendo a nitidez algo que o nosso olho conhece, e aquilo que vi nada daquilo que eu tenha palavras para descrever. Acordei com a sensação de que o meu sonho fora uma espécie de impressão de qualidade superior, impossível de conseguir nos nossos dias. Em todos os sentidos. De forma impossível de descrever porque não tenho palavras para aquilo que, nesta vida, o Homem ainda não conheceu. Poderá haver mais nitidez do que aquela que os nossos olhos vêem? Outro lugar onde repousem os nossos sonhos? Outros mundos para onde voem os nossos corpos? Serenidade absoluta numa outra dimensão?
Sonho poder voltar a sonhar com esse lugar, mas desconheço a direção. E o caminho, parece-me, não é nenhum que possa percorrer-se. A viagem até lá não existe. Porque aqui é aqui e lá é lá. Lugares e sensações coexistentes mas necessariamente separadas como sempre foi e assim será...


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