02/02/14

Da Densidade da Terra

Despertei na estranha ideia de que a densidade me cansa. Me esgota. É um peso extra que nem sempre sei suportar. Talvez a ideia me tenha ocorrido no regresso de um sonho leve, de uma viagem sem densidade. Nos sonhos, raramente tenho corpo. Sou algo que vê, ou algo que percorre corpos para experimentar vidas. Nunca preso a um corpo único, a um único contexto num qualquer tempo ou parte do mundo.
Acordado, sou um corpo de que gosto, num contexto que, mesmo por entre dificuldades, me é tão favorável, rodeado de tanto e de tantos que enchem a minha vida de alegrias. Acordado, desejo viver o maior número de anos possível para dar e ser tudo aquilo que eu puder. Mas no regresso da noite, depois da deambulação noturnas, algo em mim se pergunta porque é preciso o peso de um corpo. Qual a razão de ser da densidade.

2 comentários:

  1. Nas múltiplas linhas de tempo se abre o que chamamos de "livre arbítrio", como uma narrativa plural no labirinto de um hipertexto... :) PB

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