06/03/14

De tudo o que é e tudo o que somos - DIA 40

Se um dia descobrisse os segredos do mundo, deixaria de pertencer ao mundo
Se um dia entendesse quem era e tudo o que aqui me trouxe,
deixaria de ser necessária a vida e o que aqui preciso de fazer.

O mistério não foi feito para ser compreendido
Nem o código para ser descodificado
O mundo fez-se para ser mundo
E o homem para ser homem
Porque é só para isso que o mundo serve
E cada um de nós existe.

Cada alegria deve ser contemplada
como o sol que nasce em cada manhã
E cada obstáculo louvado, por ser tão necessário
como uma montanha após um vale.
E a vida avança quando aprendemos finalmente a extasiarmo-nos na alegria e a fortalecermo-nos na dificuldade
abraçando cada obstáculo
como quem põe a mochila às costas e galga a montanha em busca do sol que nasce todas as manhãs do lado de lá...

Nada é fácil
Porque se fosse fácil, não seria vida
Nenhum de nós é feliz todos os dias e horas e minutos
Porque se fosse, não seríamos homens
Por isso é tão inútil a angústia e o desânimo
como o é perguntarmo-nos porque existem as montanhas. A chuva. O calor. E os mares que separam continentes ou a distância que nos afasta das estrelas.

Tudo é o que é porque simplesmente tem de ser.
E a viagem do homem pelo mundo, mais do que um questionamento inerte, é ou deverá ser um movimento constante, no fluxo de tudo o que existe tal como terá de existir.

E não, nunca entenderemos os segredos do mundo.
E não, nunca saberemos ao certo quem somos e o que aqui nos trouxe.
Mas o questionamento só nos será verdadeiramente útil,
no dia em que o coração decidir entregar-se ao que nunca poderá compreender...

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