28/04/14

Da existência maior

Hoje maravilho-me com o mundo. Sorrio à existência.
À minha volta, impera a destruição, a guerra, a fome e a injustiça. Mas em mim guardo a semente de mudança, aquela que nasce em todos nós, em qualquer tempo ou lugar. A semente que deu universos ao universo, que transforma o nada em tudo e a morte em vida. A semente que se rompe a si mesma para se expandir, para chegar onde tem de chegar, para transformar o que tem de ser transformado.
Da mais ínfima partícula ao maior aglomerado de matéria, tudo em si contém essa semente, às vezes adormecida, às vezes enfraquecida. Mas sempre à espera que algo a desperte e fortaleça, para que ela cumpra o que tem de ser feito. Para que ela expluda e acorde e fortaleça todas as sementes que puder, num Big Bang que transforme toda a História da nossa existência.
Quantas vezes já reescrevemos a nossa História? Em milénios de dia-a-dias de pequenos e grandes gestos, quantas vezes já nos entrelaçámos para algo comum, em direção a algo que nos chama, a uma profecia por cumprir?
Talvez tudo o que vivamos já esteja inscrito no tempo e no espaço. Talvez a matriz já exista e tudo seja como terá de ser. Mas como não maravilhar-me com a possibilidade de fazer parte do que terá de existir? Como não explodir de alegria quando em mim explode a semente que me permite entender que faço parte de algo maior do que a minha própria existência?
Abro os braços à vida e deixo-me ir. Procurando cumprir o papel que me cabe. Ajudando quem puder a descobrir o seu. Confiando na vida e na imensa sabedoria do universo, que nos convoca a sermos quem somos, em cada sopro de vida.

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