19/05/14

Do Princípio e do Fim

A História da Terra é a aventura da materialização do invisível. Do Verbo se fez o que os nossos olhos vêem, o que as nossas mãos tocam, o que os nossos ouvidos ouvem, os nossos narizes cheiram e as nossas bocas provam.
Mas a História da Terra pede-nos agora que abandonemos a matéria para compreendermos o invisível que sempre esteve por detrás. O que os nossos olhos não conseguem ver, o que as nossas mãos não conseguem tocar, o que nossos ouvidos não conseguem ouvir, os nossos narizes podem cheirar ou as nossas bocas provar. A História pede-nos que sejamos o que sempre fomos, desde o princípio dos tempos, desde a formação de todos os lugares. O que sempre fomos, sem tempo nem espaço, para além de toda a ilusão da matéria.
A História pede-nos que regressemos à nossa forma original. Grita-o através do vento e do chilrear dos pássaros. Transmite-o na força das marés e na água que cai do céu. Revela-o nas estrelas, inspira-o em cada um de nós através do luar, noite após noite, cada noite mais perto do fim.
A História está escrita. Não há como fugir dela. Entendê-la, no entanto, é perceber que o invisível não é o Fim. Apenas um suave regresso ao nosso Princípio.


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