21/12/15

Um Abraço Virtual

Sempre sonhei com a ubiquidade. E toda a vida me culpabilizei pela minha manifesta incapacidade de a atingir. Constato-me mortal, ao final do dia. Cada vez mais mortal, na medida em que cada vez preciso mais de descansar. Desligar. Dormir (quem diria!). Penso no que ficou por fazer, nas pessoas a quem devia ter dado uma palavra, respondido, ajudado, enviado um sorriso, ou melhor ainda, abraçado. Abraçado de facto. Visitado e beijado e partilhado a vida. Não será isso a vida?
Por isso, e porque é Natal - e o Natal adensa sempre esta minha culpa, porque alimenta a minha vontade de comunhão - deixo hoje um abraço muito forte, virtual à falta de um real, a todos aqueles a que falhei durante este ano. Tenho-vos sempre comigo, acreditem. E tentarei mais e melhor no próximo ano, ainda vos falhe novamente. E um dia, quem sabe, eu descubra o segredo da omnipresença. Até lá, escrevo. Que é a melhor forma que conheço de chegar a muitos de vós de uma só vez...

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