18/10/10
De que cor são as minhas asas?
Porque me olhas assim?
Um triângulo adormecido em negros sonhos de cetim...
Diz-me o que quero quando te olho!
Deixa-me só adivinhar para não ter que te negar...
Diz-me se sou o que escrevo, o que sou, ou a imagem que tens de mim.
Ah! Como é irónico esse teu Deus quando ri...

Não sei o que quero,
Mas sei que é mais do que aquilo que me podes dar
Ou mais do que aquilo que sei desejar
Mas não consigo agir sem duvidar, nem duvidar sem me esgotar...

Quero que me ajudes
Mas não sei querer-te!
Não quero que fujas
Mas só respiro quando adormeço e não te sonho!
Temes ser a rocha em que eu embata
Enquanto te trespasso sem que me sintas...
Se me odiares uma só vez sem que me mintas!

Pára! Foge!
Deixa-me não seu eu!
Deixa de ser tu!
Tranca-me onde me descobriste e esquece os olhos que te viram!
Mas não te destruas para me construir
Que eu já me habituei a viver sem existir...

A Sombra dos Anjos, 2001

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