21/03/13

Poeta sem o ser

Oiço em mim poemas que não o são
Sem métrica, sem compasso, sem estrutura
Multiplicando sem querer as palavras
Distribuindo sem querer essas vozes
Sinto-me poeta nas frases longas de muitas vidas
Fadista em todos os fados que ficaram por cantar
Sem me chegar o espaço, sem me chegar forma, sem me chegar a voz
Sou em potência aquilo que possa existir
Ou seja tudo, ou seja nada, é o meu devir
E se é verdade, ou se é mentira, já não me importa
Sou um fado triste, mas cantado a sorrir



2 comentários:

  1. Por vezes não me lembro de vir aqui. Mais perco...
    Bem, sem querer estar sempre a remeter-te para o mesmo sítio, a verdade é que ao ver o teu post me ocorreu ir ver se a palavra poeta aparecia neste meu blog. A pesquisa deu isto:
    http://baudolino-baudolino.blogspot.pt/search?q=poeta

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  2. Mais perco eu em não ir espreitar o que escreves sobre cada ideia que me assalta. Já me perguntei algumas vezes se, em vez de Baudolino, não deverias ser quem és. Mas o que somos nós, afinal, se não vários? Talvez deva eu criar a minha Baudolina, para não pensar tanto no que sou, e deixar viver todos os outros que em mim moram.

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