13/11/13

A nossa Terra, o nosso lar

No alto dos meus 16 anos, quando me sentia no direito de reclamar um mundo melhor, escrevi uma carta que foi publicada na Forum Estudante, apelando a uma união de forças para uma mudança qualquer que entendia necessária. Recebi na altura meia dúzia de cartas de pessoas de vários pontos do país que me diziam: “Eu sinto o mesmo. Estou aqui. Vamos fazer qualquer coisa.” Mas fazer o quê? Começar por onde?
As respostas não me chegaram na altura e a pergunta continuou a assaltar-me anos a fio, como certamente tem assaltado tantos de vós. Procuramos esquecê-las no barulho da vida, na pressa que nos impomos, nas distrações com que nos anestesiamos. Que se lixe o mundo. Alguém que o mude por nós...
Chegámos assim a este abismo incontornável da nossa existência que não se coloca apenas a esses outros a quem delegamos a mudança. É uma ameaça que se coloca a cada um de nós:
- A esgotar desta maneira os recursos da Terra (e ninguém parece disposto a travá-lo) vamos precisar de dois planetas como o nosso já em 2030 (http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/relatorio-vamos-precisar-de-duas-terras-em-2030/).
- A este ritmo, o gelo dos polos terá desaparecido em 2015 (http://hypescience.com/gelo-do-mar-artico-pode-desaparecer-ate-2015/).
- Parte do planeta pode ficar sem água em 2030 (http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2013/03/22/quase-metade-do-mundo-pode-ficar-sem-agua-ate-2030-alerta-onu.htm).
- Faltará 50% de comida em 2030 (http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=52822&op=all)
- 100 milhões de pessoas poderão morrer devido às consequências das alterações climáticas (http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-09-26/estudo-afirma-que-100-milhoes-morrerao-ate-2030-por-mudancas-climaticas.html)

Nas Filipinas as vítimas de um forte tufão – o maior de que há História - podem ascender às 10 mil. Os responsáveis pelo país gritam que é urgente travar a destruição do planeta, causado pelas mudanças climáticas operadas pelo Homem. Hoje foram eles, amanhã podemos ser nós. Será preciso morrerem milhares de pessoas para acordarmos para aquilo que estamos a fazer ao nosso planeta? Para entendermos que somos uma forte ameaça à vida na Terra? Que estamos a caminhar a toda a velocidade para a nossa própria extinção?
“Mas fazer o quê? Começar por onde?” – continuamos a perguntar-nos. A primeira etapa é seguramente a consciencialização do problema. É ela que nos leva a mudar a nossa atitude pessoal e a trabalhar no sentido de mudar a dos outros. É ela que nos faz acreditar na necessidade imperiosa de formar toda uma nova geração que entenda que a Terra é o nosso lar. Que não há progresso nenhum que justifique a destruição daquilo que nos dá o ar que precisamos de respirar, a água que precisamos de beber, o alimento que precisamos de comer. O Homem não é dono da Terra. Nela habitam milhões de outras espécies que têm tanto direito à Terra como nós. E se, em nome da nossa alegada superioridade, nos sentimos no direito de destruir o lar de tantos, então essa alegada superioridade é na verdade a nossa absurda inferioridade...

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