27/12/13

Medo de Ser

Há dias em que o medo me consome por dentro como uma chama implacável. Alimenta-se de tudo o que encontra. Cresce. Torna-se monstruosa e ri-se de me ver em cinzas, já sem nada que reste para tirar de dentro de mim.
Mas a esperança renasce na pequena semente que conseguiu esconder-se na terra. Volta a brotar e dar uma pequena cor à escuridão. Um pequeno caule inocente espreita nas cinzas, sem medo. Desconhece o que ali aconteceu. Acha-me triste, mas não conhece nada mais do que a coragem de ser. Por isso cresce. O que custa? O que dói? Medo de quê? A coragem é-lhe tão natural como tudo o resto. Para cima é o caminho. Respirar, a sua missão. E o pequeno caule que cresce abre agora os braços em ramos e abraça o que antes era nada. Sacode as suas folhas. Faz desabrochar as suas flores. E cada semente que cai na terra é uma nova esperança que pode vir a renascer, se o medo voltar.
Mas o medo não volta, se a pequena semente se transformar numa floresta. O medo tem medo da coragem de renascer. Tem medo da coragem de viver. E não volta se nos permitirmos ser tudo aquilo que quisermos ser...


"O perigo existe de verdade, mas o medo é uma escolha nossa." ("After Earth")

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