Da Vida dos Gatos
Nas minhas pernas moram gatos
que se lavam das travessuras
e adormecem sem agruras
São como gente sem ser gente
Talvez por isso melhores que muita gente
E quando aparecem sem avisar
parecem saber sempre do nosso precisar
Enroscam-se em busca de calor
Mas um gato só habita onde houver amor
Senão vai à vida, buscar outra casa
Outras pernas, outro cobertor,
Nessa liberdade que é a vida
Há sempre outro alguém a quem pedir comida
Pudesse a vida adormecer-me como um gato tranquilo
Esquecendo o tempo, esquecendo o destino
E as palavras enlevarem-me nos seus bigodes
Fechando-me os olhinhos inocentes
Dorme, bichaninho, até que o sol regresse
A vida é esse instante que hoje e sempre nos acontece.
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