22/06/14

Do escrever

Pergunto-me muitas vezes porque escrevo, se a vida nos oferece tantas outras formas de a vivermos. Mais úteis, mais saudáveis, mais felizes, não fosse viver sem escrever saber-me a culpa. A dever não cumprido. Faço-o por um não saber porquê que se multiplica em desculpas sem fundamento, não havendo, na verdade, fundamento algum para um é como é. Aceito. Penalizo-me se o recuso. E não me falem do já possa ter feito até então, porque de nada me importa. Às costas, carregarei sempre, quer queira quer não, o peso dos livros que ainda não escrevi...


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A escrita impõe-se-me num namoro demorado. Às vezes amo-a, às vezes cansa-me. Às vezes parto, às vezes vejo-a partir. Mas reencontramo-nos sempre num abraço eterno, num êxtase transcendente. Porque sim, porque não, não há explicação. Eu sou ela, ela sou eu, profecia ou acidente

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