10/02/17

Da limpeza necessária

Na turbulência do dia-a-dia, somos casas com janelas emparedadas, repletas de tralhas que tapam até a luz do sol, o verde das árvores, o azul do céu. Nos afastam da claridade. Nos impedem de ver a verdade.
É nosso dever cuidar das nossas casas interiores. Periodicamente, afastar as tralhas que se acumulam em nós, libertar caminhos, limpar vidros e, se e quando houver coragem para isso, abrir as janelas e abraçar aquilo que a limpeza nos devolveu: horizontes infinitos de possibilidades, que nos impelem a sairmos dos nossos refúgios e compartimentos espartilhados, do falso conforto dos nossos sofás e de todas as distracções de que nos munimos, para nos fazermos ao mundo, casa de todos, lugar de plenitude e sentido.


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