06/08/13

A crítica de João Céu e Silva




"Basta ler um parágrafo escrito a meio do romance D. Teresa de Távora – A Amante do Rei para se ficar com a certeza de que a autora, Sara Rodi, não está para devaneios nesta evocação de um tempo histórico de grande caos político, religioso e social: 'Dizia-se já que D. José estava a afastar-se perigosamente dos tempos de fé profunda de seu pai, mas esqueciam-se de que D. João V só se tornara católico intransigente depois de ter adoecido.'
Esta ficção biográfica de uma das mais célebres amantes de reis portugueses, suportada no rico período histórico em que os protagonistas viveram, conta o testemunho dos temores de consciência devido à infidelidade de D. Teresa de Távora que, alegadamente, estaria na origem do castigo perpetrado pelo Terramoto de 1755, além de uma descrição pormenorizada dos costumes sociais da época.
Se a destruição de Lisboa já era um castigo suficiente, o destino trágico da amante de D. José, às mãos do Marquês de Pombal e da sua vingança sobre os Távora, completa a intriga de um romance que se segue a uma história mais pudica e casta como a que foi a do seu anterior livro, sobre D. Estefânia – Um Trágico Amor.
Segundo a autora, D. Teresa não foi casta nem praticou grandes obras, apenas foi uma esposa infiel. O único problema é que o parceiro de amores proibidos era o fraco rei D. José."

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