09/05/16

Da fusão

Tenho, nos limites do meu corpo, a fronteira do que posso ser. Nunca do que posso sonhar. E, nos meus sonhos, sonhei cantar, pintar, dançar, tocar, representar, tanto quanto escrevia.
A vida tem-me ensinado, no entanto, que nos limites do meu corpo estão os corpos de todos os outros. Aqueles que me complementam. Aqueçes precisam das minhas palavras como eu preciso da sua voz. da sua dança. Do seu corpo e do seu traço.D tudo aquilo que o meu corpo, só nos meus sonhos, poderia alcançar.
Nos limites do meu corpo, aprendi a graça da partilha. A magia da complementariedade. O dom da entreajuda. E a arte é ou pode ser tudo isso. Fusão.

1 comentário:

  1. Como acho que te percebo... Quando alguém faz algo extraordinário fora "dos limites do meu corpo", torno-me muitas vezes usurpador. Porque sinto "aquilo" como meu, também. Porque está "fora dos limites", mas sinto que é no mesmo "universo"! E a alegria que isso me dá?!
    Manuel Guerra.

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